A estratégia de implantação do edifício baseia-se claramente na manutenção
de um afastamento da edificação envolvente (um corte com o contexto) por forma
a destacar o sentido objectual que o volume poliédrico hegemoniza. Esse sentido
objectual, para além de provocar estranheza constrói um forte sentido
iconográfico que permite propagar a Casa da Música para além do local onde se
instala. Em relação a este edifício, Nuno Portas procura extrair as
consequências em termos de imagem da cidade e afirma que:
“A pedra de Koolhaas é uma ‘pedra no charco’, é um típico projecto da cidade genérica. Costumo dizer como tendência que numa área histórica é a morfologia preexistente da área que escolhe o programa, porque ela é regrada ou modélica. Na periferia, ao contrário, é o programa que escolhe a área, porque ela é mais desregrada, não tem modelo. Este jogo de palavras ilumina pouco esta diferença. O que acontece ali é um homem que teoriza a cidade genérica como o Koolhaas toma a praça da Boavista como sendo já o começo da cidade genérica, e não como uma praça histórica, apesar de a Boavista para os portuenses ser a alternativa mais consolidada que existe ao centro tradicional do Porto”.
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