domingo, 29 de janeiro de 2012

CORTE/SECÇÃO URBANA - Manuel Solà-Morales


Manuel Sola-Morales em 1994 destaca que:

“A secção urbana interessa quando relaciona o projectado com o existente, e valoriza assim a estratificação que a nossa proposta junta à espessura da forma urbana.
Também quando relaciona as diferenças da planta com a força coerente do perfil em alçado, da topografias ou dos factos monumentais da cidade.
Porquê que a identidade vem do corte? Porque a identidade das cidades não é a identidade por freguesia, do pequeno frente ao grande, do local frente ao universal, do autóctone frente ao estrangeiro, do vernáculo frente ao consumista, senão das formas particulares de relacionar as diferenças metropolitanas. E assim não é estranho que os velhos perspectivistas das cidades as tenham desenhado nas suas secções. Fizeram-no os futuristas e os arquitectos do iluminismo, fizeram-no os engenheiros do século XIX e os metabolistas japoneses, fizeram-nos Alvar Aalto, Giuseppe De Finetti, Le Corbusier, Jacob Berend Bakema e Álvaro Siza, para citar só alguns dos intérpretes modernos do intercâmbio de tensão edifício-cidade. Domínio que poucos arquitectos famosos cultivam hoje em dia. Hoje abunda muito o plano: nos projectos e nas ideias.” ( SOLA-MORALES, 1994; p. 179)

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